“O
importante não é vencer fácil quem claramente demonstra que sabe menos, mas
aprender com quem te exige algum esforço”. (Martha Medeiros)
Um ano e meio na Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu foi suficiente para saber
o que são ações imprescindíveis para a cultura e - o fundamental - o que não se
deve fazer à frente de uma secretaria. Nem tudo ficou perdido, mas muitas ações
que iriam beneficiar a sociedade ficaram pelo caminho.
Às vésperas das eleições, tenho o direito (e porque não dizer o dever) de
apontar os rumos que a cultura de Nova Iguaçu vem apresentando. Vale destacar
nos últimos anos o que eu chamaria “políticas de continuidade” e aí me refiro
ao Fundo Municipal Antônio Fraga em seu terceiro ano e a finalização das
propostas após várias conferências, a 5ª em 2012, do Plano Municipal de Cultura
que norteará em caráter público – à espera de aprovação pelo Legislativo
Municipal - as políticas culturais do Município nos próximos dez anos.
Políticas que visam à composição do “Sistema Municipal de Cultura”. Outra
questão é o “1% para a Cultura”, que não está bem transparente em sua
proporcionalidade, porém entra na pauta dos próximos gestores, em 2013.
Preciso destacar a cultura de eventos, tão importante para a sociedade, uma
demanda que vai além dos mais preconceituosos dos gestores. Evoco o grupo de
rock Os Titãs, na expressão “a gente não quer só comida, a gente quer
comida, diversão e arte”. Mais ações democráticas e transparentes, no
Teatro Sylvio Monteiro, na Galeria de Arte Mauro de Azeredo e nos diversos
espaços da “Casa de Cultura de Nova Iguaçu”, que necessita de total
independência na sua gestão.
À frente da galeria de arte no primeiro semestre de 2012, fui testemunha – em
quase 2000 visitas comprovadas no livro de assinaturas, num total de 30
artistas da região em 4 coletivas - da importância do alimento da alma. Os
olhos dos visitantes, porta de entrada dos verdadeiros sentimentos,
demonstravam o nível de carência de significativos eventos.
Maturidade talvez não seja sinônimo de sabedoria, e sim de exaustão. O trabalho
precisa prosseguir e o mais importante com simplicidade – não é preciso
inventar a roda – o tempo é o maior amigo que temos. Sem acomodação aí vai um
alerta: “escutar mais do que falar, aprender mais do que ensinar, enxergar mais
do que aparecer.” Superar o ego é a premissa básica de quem almeja assumir uma
Secretaria de Cultura, ainda longe de exemplos.
Não é imaginação, ou “estória pra boi dormir”. A cultura se faz com o que
realmente importa: pessoas. “a gente quer a vida, como a vida quer”. Pelo
direito de votar “por uma “Cultura Livre” e não “ser” este ou aquele candidato.
Antônio
Filipak
Ex-subsecretário
de Cultura de Nova Iguaçu