Como curador da galeria de arte Mauro Azeredo,
da Casa de Cultura de Nova Iguaçu, foi possível constatar a importância de
promover bons eventos. Há um público ávido por atividades culturais de
qualidade. Nova Iguaçu respira maturidade e seus artistas, em plena atividade,
esbanjam um currículo representativo de grandes centros culturais do país.
Fico feliz em presenciar a exposição “Mauro Azeredo em Bico de Pena”, inaugurada
no dia 11 de dezembro, idealizada e produzida pelo vice presidente do Instituto
Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu, o advogado José Luiz Teixeira, com
trabalhos recolhidos de acervos particulares.
Sob a minha curadoria a galeria de arte, Mauro Azeredo,
da Casa de Cultura de Nova Iguaçu em 2012, priorizou a formação de público e o
reconhecimento dos artistas da terra, com destaque para as coletivas “Artiguassú”
de valorização das belezas naturais, históricas e cotidianas da região; “O
Universo Feminino nas Artes”, em diversas linguagens artísticas em
comemoração ao “Dia Internacional da Mulher”; o “ARTIGUAÇU
Contemporânea”, com artistas antenados aos movimentos ecológicos na
reutilização de materiais descartáveis como suporte e intenso colorido
expressionista e a coletiva “Abstracionismo”, de pura beleza
interior levando o espectador a uma viagem de puro lirismo, além da exposição
de fotos “A Paixão de Cristo”.
A
curadoria das exposições primou pelas versões temáticas, dando oportunidades
aos artistas de mostrarem uma produção existente na região, deixando de lado
algumas exigências técnicas para outro momento. Admito, foi um grande desafio.
Afinal, a galeria estava praticamente destituída de suas funções primárias de
promoção das artes visuais. Será necessário uma continuidade e o poder público
em sua nova gestão, o compromisso com as demandas calorosamente comprovada no
livro de assinatura de registro de entrada da galeria de arte.
É necessário reconhecer o papel da Arte na compreensão
dos valores da sociedade e este evento “Mauro Azeredo em Bico de Pena” comprova
o quanto ainda é possível avançar, dando cara as artes visuais e restaurando
anos de abandono por parte das instituições públicas só agora vislumbrado.
Antônio Filipak
Ex-Subsecretário
de Ações Artísticos e Culturais de Nova Iguaçu